Institucional

Quem somos

Somos uma família missionária internacional formada por padres, irmãs e leigos consagrados, inspirada no carisma de São José Allamano, com a missão de anunciar Jesus Cristo onde ainda não é conhecido, especialmente entre os mais pobres, marginalizados e nas periferias geográficas e existenciais do mundo.

Nossa espiritualidade é marcada por:

  • Amor à Eucaristia como centro da vida apostólica;

  • Devoção filial a Nossa Senhora Consolata;

  • Fidelidade à Igreja e ao Papa;

  • Espírito de família vivido em fraternidade;

  • Zelo pelo trabalho, inclusive manual, como meio de evangelização.

São José Allamano, nosso fundador, foi sacerdote diocesano italiano e Reitor do Santuário da Consolata por 46 anos. Com profundo ardor missionário, fundou os Missionários da Consolata (1901) e as Missionárias da Consolata (1910). Hoje, sua obra está presente em mais de 30 países de quatro continentes.

Além dos consagrados, participam do nosso carisma os Leigos Missionários da Consolata (LMC), que vivem a missão no cotidiano de suas vidas, com espírito de serviço, fé e compromisso com o Evangelho.

Nosso compromisso com a missão é vivido através de opções concretas e serviços pastorais que respondem aos desafios do mundo atual:

  • Opção Afro-Brasileira – evangelização inculturada, valorizando a identidade, espiritualidade e resistência do povo negro;

  • Opção Indígena e Amazônia – presença solidária junto aos povos originários e defesa da Casa Comum;

  • Opção dos Migrantes – acolhimento, defesa de direitos e promoção da dignidade humana em contextos de mobilidade forçada;

  • Economia para a Missão – gestão solidária e sustentável dos recursos em favor da evangelização e da justiça social;

  • Paróquias, Áreas Missionárias e Periferias Urbanas e Existenciais – atuação pastoral inserida nos contextos mais desafiadores;

  • Formação de Base e Continuada – processos formativos permanentes voltados à missão, espiritualidade e compromisso cristão;

  • Animação Missionária Juvenil e Vocacional (AMJV) – formação, escuta e acompanhamento de jovens no discernimento vocacional e compromisso missionário;

  • Comunicação para a Missão – uso da mídia, redes sociais e publicações para formar, informar e animar a missão;

  • Revista Missões – publicação digital que oferece conteúdo formativo, espiritual, social e missionário para a Igreja e a sociedade.

Vivemos a missão Ad Gentes como chamada a ir além: além-fronteiras, além da cultura dominante, além do medo, para encontrar e servir o outro com misericórdia e esperança.

Nosso lema, dado por São José Allamano, nos inspira e nos impulsiona:
“Anunciarão a minha glória às nações” (Is 66,19).

Nossa missão

Tornar Jesus Cristo conhecido onde ainda não é. Ser discípulo missionário nas periferias urbanas, e com as minorias, como indígenas e afrodescendentes.

Nossa Visão

Ser uma Congregação missionária internacional dedicada à Missão além-fronteiras, que recebe o nome de Ad Gentes, o que leva os missionários e as missionárias a estarem na fronteira da fé (onde os riscos e desafios são maiores), na periferia da fé (longe dos centros de poder, perto da pobreza) e no deserto da fé (onde ninguém quer ir, onde não há presença ou vida de Igreja).

Nossos Valores

  • Missionariedade
  • Disponibilidade
  • Serviço
  • Valorização humana
  • Inculturação
  • Diálogo inter-religioso
  • Intercontinentalidade

Fundador

José Allamano, o quarto de cinco filhos, perdeu o pai quando ainda criança, aos três anos de idade. Como estudante foi um ótimo aluno, exemplar e muito aplicado.

Allamano passou sua vida em Turim, e foi ali que iniciou seus estudos ginasiais no Oratório de Dom Bosco, sendo o melhor da turma. Dom Bosco descobriu no garoto, de apenas 11 anos, excelentes qualidades para torná-lo um membro da Sociedade Salesiana, mas o jovem Allamano tinha outro ideal: "Deus me chama agora... não sei se me chamará outra vez, dentro de três ou quatro anos!" diz aos seus irmãos - e ingressa no Seminário Diocesano de Turim. Apesar da constituição física fraca, era espiritualmente forte e dedicou-se com entusiasmo ao estudo e à oração. Pedia sempre ao Senhor: "Torna-me santo e não somente bom".

Em 20 de setembro de 1873, Allamano foi ordenado sacerdote na Catedral de Turim, com apenas 22 anos de idade. Desempenhou com muita fidelidade sua função sacerdotal como Professor de Teologia, Reitor do Colégio Eclesiástico e Reitor do Santuário de Nossa Senhora Consolata em Turim, pelo período de 46 anos. Tinha projetos para o mundo. Com saúde frágil, impossibilitado de partir para as Missões enviou outros em nome da Consolata. Em 1900, tomou a decisão de criar um instituto missionário, obtendo sua aprovação em 29 de janeiro de 1901 - o Instituto Missões Consolata dos padres e irmãos.

Em 29 de janeiro de 1910, o padre Allamano fundou em Turim outro instituto para as Missões, o das irmãs Missionárias da Consolata. Com a fundação das Irmãs, o trabalho missionário se estende a outros países africanos: em 1916 na Etiópia; em 1922 na Tanzânia; em 1924 na Somália; em 1925, Moçambique. Em 1946 no Brasil e assim, sucessivamente em outros países da Europa, África, América e Ásia. Dizia que seus missionários eram portadores de esperança: "Esta é realmente obra do Senhor". 

Padre José Allamano é uma das figuras mais marcantes da Igreja de Turim, no final do século XIX e começo do XX. Um sacerdote que soube doar tudo de si no serviço à Igreja e soube também abraçar o mundo com seu amor filial a Nossa Senhora Consolata.

Em 7 de outubro de 1990 suas virtudes foram reconhecidas pela Igreja Católica Apostólica Romana, que o declarou Bem-Aventurado José Allamano. Em 20 de outubro de 2024 foi canonizado pelo Papa Francisco por ter o segundo milagre reconhecido, a recuperação da saúde de Sorino Yanomami, indígena que fora atacado por uma onça, em 1996, na Região Amazônica.

Consolata

Segundo uma antiga tradição, o quadro de Nossa Senhora Consolata foi trazido da Palestina na metade do século V por Santo Eusébio, que o doou a São Máximo, Bispo de Turim. Este, no ano 440, o expôs à veneração num altarzinho da igreja do Apóstolo Santo André na cidade de Turim.

Maria começou a distribuir muitas graças e o povo começou a invocá-la com os títulos de “Mãe das Consolações”, “Consoladora dos Aflitos”, e “Consolata” (forma popular de “Consoladora”).

Desaparecido por um século

O quadro de Nossa Senhora permaneceu exposto à veneração dos fiéis durante quatro séculos. Porém, por volta do ano 820 penetrou na cidade de Turim a heresia dos iconoclastas (pessoas que destruíam toda e qualquer imagem exposta ao culto). Temendo que o quadro da Consolata fosse destruído, os religiosos resolveram escondê-lo nos subterrâneos da igreja. A perseguição se prolongou por longos anos e as pessoas que o haviam escondido morreram sem revelar o lugar do esconderijo. O quadro ficou desaparecido pelo espaço de um século. Isto fez com que os fiéis deixassem de frequentar o oratório e perdessem a lembrança da Virgem.

Entre ruínas

No ano 1014, Nossa Senhora apareceu a Arduíno, Marquês de Ivréia, gravemente enfermo, e pediu-lhe que construísse três capelas em sua honra, sendo uma em Turim, junto às ruínas da antiga igreja de Santo André. Curado, o Marquês logo mandou construir as três capelas.

Ao fazerem as escavações para os alicerces da capela de Turim, os operários encontraram no meio dos escombros o quadro da Consolata, ainda intacto, apesar de ser uma pintura em tela.

O fato encheu de alegria a população da cidade e a devoção renasceu mais forte que antes. Porém, numerosas guerras, epidemias e invasões fizeram com que muitos habitantes abandonassem a cidade. A igreja de Santo André e a capela de Nossa Senhora foram desmoronando e tudo acabou novamente num monte de escombros. E o quadro da Consolata, mais uma vez, ficou mergulhado nas ruínas pelo espaço de 80 anos.

A festa de 20 de junho

Em 1104, um cego de Briançon (pequena cidade da França), chamado João Ravache, teve uma visão de Nossa Senhora: a Virgem prometeu devolver-lhe a luz dos olhos se fosse a Turim visitar sua capela que jazia em ruínas. Lutando contra muitas dificuldades o cego partiu e, ao chegar, o Bispo Mainardo o acolheu. Ciente de que se tratava de um fato real, mandou fazer as escavações no local mencionado durante a visão. No dia 20 de junho de 1104, o quadro da Consolata foi reencontrado sob as ruínas, ainda intacto. João, conduzido à presença do quadro, recuperou instantaneamente a vista. O Bispo, comovido, ergueu repetidas vezes esta invocação a Nossa Senhora: “Rogai por nós, Virgem Consoladora!” E o povo respondeu: “Intercedei pelo vosso povo!” Assim, o dia 20 de junho tornou-se o dia da Consolata.

Depois de 15 séculos, no local do primeiro oratório, surgiu o devoto santuário da Consolata, que se tornou o coração mariano de todo o norte da Itália. Foi junto àquele santuário que José Allamano fundou o Instituto dos Missionários e das Missionárias. Atualmente, a devoção à Consolata é conhecida em muitos países de vários continentes. No Brasil surgiu em 1937, com a chegada dos primeiros missionários.

A fundação

Na mente de Allamano, a fundação do Instituto não surgiu da noite para o dia. Foi algo que amadureceu em seu espírito, através de longa preparação espiritual, e depois de superar grandes provações e sérias contrariedades. Não resta dúvida, o caminho da fundação do Instituto Missões Consolata foi muito empenhativo e cansativo para Allamano, atarefado como estava com o trabalho do Santuário da Consolata, do qual era Reitor, com os compromissos da direção do “Convitto Eclesiástico”, com a Casa de Retiros de Santo Inácio e com a causa de beatificação de seu tio, José Cafasso.

A Missão foi o grande desejo da vida de José Allamano, desde o tempo de seminário. Certo dia, com outros dois companheiros, resolveu deixar o seminário diocesano, para ingressar no Colégio Apostólico, ansioso de abraçar a vocação missionária. Mas, em razão da fragilidade de sua saúde física, foi dissuadido de tal propósito. Não obstante isso conservou vivo no coração o desejo e o amor pela Missão.

Depois, como Diretor Espiritual no seminário diocesano, inculcava nos alunos o zelo missionário. O mesmo fazia com os sacerdotes diocesanos, durante os retiros e encontros espirituais realizados na “Casa Santo Inácio”, e mais ainda com os jovens sacerdotes do assim chamado “Convitto Eclesiástico”. Achava estranho que a diocese de Turim, tão fecunda em numerosas instituições de caridade, não contasse com uma instituição inteiramente consagrada às missões. E decidiu remediar esta lacuna.

A fundação, ele só pôde realizá-la depois que o Cardeal Agostinho Richelmy, seu antigo companheiro de seminário e amigo, assumiu a sede episcopal de Turim. Nele, encontrou plena partilha de ideais e apoio. Em janeiro de 1900, quando parecia ter chegado o momento da fundação, Allamano contraiu uma grave doença, que o levou às portas da morte. A cura, considerada um milagre da Consolata, foi para ele o sinal de que o Instituto devia ser fundado. De fato, no ano seguinte, no dia 29 de janeiro de 1901, o Instituto Missões Consolata nascia.

A profunda motivação da fundação deve ser procurada no próprio espírito de Allamano. A raiz da fundação está na santidade deste generoso sacerdote, que assim explicava: “Como eu não pude ser missionário, quero que as pessoas que se sentem atraídas pela vocação missionária não sejam impedidas de seguir tal caminho”.

Há, depois, outras razões contingentes e concretas que, sem dúvida, influenciaram o começo da obra, como: o desejo de continuar a missão do Cardeal Guilherme Massaia, a especial devoção que sempre alimentou para com São Fidélis de Sigmaringa, missionário mártir, o espírito missionário e as insistências que lhe eram feitas por parte de alguns sacerdotes do “Convitto Eclesiástico”, desejosos de ver concretizada a obra.

A decisão definitiva de fundar o Instituto foi tomada somente depois de receber uma ordem explícita do Arcebispo, Dom Agostinho Richelmy, que lhe disse: “O Instituto deve ser fundado e deve ser você a fundá-lo”. À palavra de ordem do Arcebispo, Allamano respondeu, como respondeu o Apóstolo Pedro a Jesus, por ocasião da pesca milagrosa no mar de Tiberíades: “Em teu nome, Senhor, lançarei as redes!” (Lc 5,5).

No dia 8 de maio de 1902 partiam para o Quênia os primeiros quatro missionários, dois sacerdotes e dois leigos, seguidos depois por outros.

Devotíssimo filho de Nossa Senhora Consolata, de cujo Santuário foi Reitor por bem 46 anos, José Allamano colocou os Institutos sob a proteção de Nossa Senhora; a ‘Consolada por Deus, na Anunciação, que se tornou a consoladora da humanidade’. O Santuário da Consolata, na cidade de Turim, foi por ele transformado num centro de irradiação missionária. Por isso, deu-nos como LEMA: “Anunciarão a minha glória às nações” (Is 66,19); querendo sintetizar nesta expressão bíblica, a finalidade carismática dos Institutos - Anunciar aos não cristãos a grande glória de Maria que é seu Filho Jesus Cristo. Deu-nos o nome de Missionários e de Missionárias da Consolata, exortando-nos com essa expressão: “O nome que trazeis deve ajudar-vos a vos tornardes o que deveis ser”.

O trabalho de evangelização dos Missionários da Consolata se expandia no Quênia e as forças já não eram mais suficientes. Bem cedo os missionários sentiram a necessidade da presença missionária feminina e pediram ao Fundador para que enviasse Religiosas para um trabalho complementar, especialmente junto às mulheres, crianças e jovens.

Não era tão simples atender de imediato este pedido, tendo em vista que as congregações femininas de então, não haviam despertado ainda para o Carisma Missionário além-fronteiras. No início, Allamano começou a dialogar com as Congregações conhecidas e conseguiu algumas Irmãs para a Missão, especialmente Irmãs do Cottolengo, as quais, mesmo sem terem formação missionária atenderam ao pedido do Allamano. Estas Irmãs desenvolveram um trabalho relevante junto aos missionários. Mas, isto não continuou por muito tempo, e o problema persistia.

Diante do impasse, Allamano indo a Roma expôs a dificuldade ao então Papa Pio X. Este lhe perguntou: ”Por que não fundas tu mesmo um Instituto Missionário feminino, como fez com os missionários?” Ao que o Allamano retrucou: “Santidade, eu não tenho vocação para fundar Irmãs”. E Pio X: “Não a tem? Pois bem, eu lha dou. Vai e comece a pensar nisto”. 

Para José Allamano aquela ordem manifestava a Vontade de Deus; e imediatamente começou a tomar as devidas providências. O novo projeto nasceu após muita reflexão, superação de dificuldades e sacrifícios de todo tipo... Mas, os santos são assim. Quando têm a certeza que ‘aquela’ é a Vontade de Deus, nada mais os detêm. Dia 29 de janeiro de 1910 era oficializado o Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata.

Allamano foi acolhendo as primeiras jovens que se apresentavam com o desejo de abraçar o ideal missionário. Formava-as e exortava-as, fazendo crescer nelas o desejo de partir... Em 1913, após uma boa formação religiosa missionária, o primeiro grupo já partia rumo ao Quênia, no continente africano.

Onde estamos

Os missionários e as missionárias da Consolata estão presentes em 38 países, em quatro continentes (África, América, Ásia e Europa):

Argentina, Coréia do Sul, Mongólia, Taiwan, Brasil, Canadá, México, Estados Unidos, Colômbia, Equador, Peru, República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Etiópia, Portugal, Itália, Marrocos, Polônia, Espanha, Quênia, Uganda, Moçambique, Angola, África do Sul, Eswatini, Tanzânia, Madagascar, Venezuela, Ubsquistão, Somália, Libéria, Guiné Bissau, Djibuti, Bolívia, Cazaquistão, Quirquistão, Suíça e Inglaterra.