Do Santuário da Consolata para o mundo
São José Allamano todas as noites falava com Nossa Senhora com expressões cheias de ternura e confiança, ao ponto de imaginar que entre ele e a Consolata existisse um acordo de colaboração especial.
Neste ano celebramos em várias datas Festas dedicadas a Nossa Senhora, sobretudo a da Consolata em 20 de junho, que em 2025 foi comemorada no contexto do Jubileu, tempo santo que nos convida a sermos ‘Peregrinos da Esperança’ no encontro vivo e pessoal com Nosso Senhor Jesus Cristo. Se Jesus é a “esperança que não decepciona”, como recordava Papa Francisco na exortação da Bula Pontifícia do Jubileu, sabemos que este mistério de esperança foi tecido no ventre da Virgem Maria. Sem o coração e a carne de Maria não teríamos a fonte da esperança que é a certeza da companhia do Deus conosco e para nós. Assim, Maria é a estrada indispensável, por vontade divina, através da qual se realiza a comunhão entre Deus e o homem.
São José Allamano realizava todas as noites a “peregrinação da esperança” próximo à imagem de Nossa Senhora que ele contemplava de um pequeno terraço interno ao Santuário da Consolata, chamado “coretto”. Daquele lugar ele podia falar pessoalmente com Maria como se estivesse na sua presença. Ele falava com Nossa Senhora com expressões cheias de ternura e confiança, ao ponto de imaginar que entre ele e a Consolata existisse um acordo de colaboração especial, como se Maria continuasse a sua função de dispensadora dos favores divinos.
A aventura missionária de São José Allamano, como também dos nossos dois Institutos Missionários, sem dúvida teve o seu início ali. É evidente que, também no que diz respeito à Fundação dos dois Institutos Missionários, Allamano considera-se somente colaborador de Nossa Senhora. A sua atividade de Fundador e educador dos missionários e das missionárias tem um sentido somente a partir da Consolata e em relação a Ela. O Instituto era obra Sua e, portanto, ele não se preocupava com o seu futuro. Ele, como secretário, lhe apresentava a obra da evangelização, a expectativa dos povos que ainda não conheciam Jesus Cristo e a atividade dos missionários, as suas dificuldades e os seus progressos, os alegres frutos de tanto trabalho.
Esperança é confiança
Para Allamano, o máximo da esperança é a confiança. Uma confiança sempre reativada a ponto de poder dizer: “A Consolata realizou para este Instituto milagres cotidianos, fez falar as pedras”. Graças a Nossa Senhora, durante a guerra não aconteceu nenhuma desgraça e nunca faltou o pão de cada dia e “também para isto, entrego a tarefa a Nossa Senhora; para as despesas enormes da casa e das missões, nunca perdi jamais o sono ou o apetite, eu digo a Ela: pensai Vós, se o resultado for bom, Sois Vós, eu não intervenho”.
Por isso, ensinava aos seus missionários a serem homens e mulheres de esperança. “A esperança é a virtude dos empreendedores, daqueles que não aceitam em suas vidas a imobilidade, que têm amplos horizontes, que com coragem enfrentam os desafios cotidianos como sendo novas oportunidades. O cristão, de fato, não deveria ter medo de alinhar as próprias expectativas e os próprios sonhos àqueles de Deus que “quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tim 2, 4).
Uma esperança que florescia à sombra da Virgem que Allamano invocava como “Mãe de esperança” para todos aqueles que tinham perdido a estrada do bem e desejavam retornar para Deus. E era mesmo na casa da Consolata que estes, ajoelhando-se no confessionário onde ele permanecia longas horas, encontravam em Maria a porta santa que os reintroduziam a Deus. Uma porta que os turinenses continuam a passar ainda hoje.
Sergio Frassetto - Revista Missioni /junho 2025. Tradução: Ir. Benildes Clara Capellotto, MC.