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A urgência em batizar as criancinhas!

O batismo é estritamente necessário para a salvação de qualquer pessoa humana.

Por Edson Luiz Sampel

Não é raro ver batizados de meninos já bem crescidos, com idade superior aos cinco anos. Os pais devem ser orientados a providenciar rapidamente o batismo dos filhos, conforme preceitua o cânon 867: “Os pais têm a obrigação de fazer que seus filhos sejam batizados nas primeiras semanas, o quanto antes, depois do nascimento”. Por que essa pressa? Porque, no fundo, não se sabe ao certo o destino póstumo dos pequenos que morrem sem esse sacramento. A Comissão Teológica Internacional estudou o assunto e não chegou a nenhuma conclusão absolutamente clara. Confia-se na misericórdia de Deus, é óbvio, que manifestou apreço pelas criancinhas: “Deixai vir a mim todos os pequeninos” (Mt 19, 14).

Nada obstante, o batismo é estritamente necessário para a salvação de qualquer pessoa humana: “O que crer e for batizado será salvo” (Mc 16, 16). Muitos homens se salvam pelo chamado batismo de desejo, que não é um sacramento, porém, neste caso, torna-se imprescindível o uso da razão, da qual as crianças em tenra idade se encontram desprovidas. Desta feita, os párocos, como pastores, estão juridicamente (cânon 851, 2º) e moralmente obrigados a alertar os pais, concitando-os a que tragam os bebês à pia batismal sem demora. Além disso, se houver algum grave empecilho (por exemplo, uma pandemia), os pais ou responsáveis ou qualquer fiel (até mesmo um ateu) podem “sopiar”, isto é, podem e devem batizar em casa, mediante a infusão de água fresca na fronte do neófito, seguida da fórmula trinitária: “João, eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Posteriormente, dirijam-se à secretaria paroquial, para explicarem a situação e agendarem a complementação litúrgica, malgrado este rito não seja essencial para a salvação. Conheci um padre muito zeloso que, diante de crianças moribundas no hospital, batizava-as todas, sem que os pais sequer soubessem, à revelia deles, dando nomes aleatórios aos infantes nas vascas da morte: “João, Maria, Pedro...” Isto é ter fé! Isto é verdadeiramente amar o próximo!

Edson Luiz Sampel é professor do Instituto Superior de Direito Canônico de Londrina.

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